Friday, October 8

Salvando Vidas ou Causando Mortes?

Mais uma gestante que perde o filho depois de ter o atendimento recusado em um hospital publico do Rio, o caso aconteceu em Niterói.

Joelma esteve duas vezes no hospital Estadual Azevedo Lima em Niterói região metropolitana do Rio. Na primeira vez a médica apenas receitou um analgésico, dois dias depois ela chegou com fortes dores mas foi avisada que não havia vaga e foi encaminhada para uma maternidade distante. A família seguiu para o local mas era tarde de mais, o bebe estava morto e a mãe ainda corria risco. A direção do hospital afirma que vai abrir uma sindicancia para apurar o caso, e esta é a segunda vez nos ultimos dias que uma grávida perde um bebe por descaso da rede pública do Rio.

"O médico pegou no meu braço mostrou que tava cheio (o hospital) e disse que não tinha lugar. Fez o toque em mim, escutou o neném, o coração tava batendo muito fraco e me deu dois comprimidos pra amenizar a dor, até eu chegar à maternidade Fernando de Magalhães. Aí escreveu no meu braço o número do ônibus e o nome da maternidade.” relata a paciente. Fonte: Globo.com

Hoje se perde a vida por muito pouco e o fato ocorrido não assusta. É de se chocar e também de se perguntar: como uma pessoa que estudou 10 anos para salvar vidas, pode acabar com uma que nem ao mundo chegou em questão de horas? Não, sem contar o descaso, com o bebe desfalacendo mandar ir de onibus? Fala sério! A onde isso vai parar? Até quando teremos que ver vidas sendo jogadas fora pelo descaso de médicos na rede publica? Não quero generalizar por que eu sei que existe excelentes profissionais.

Confesso que isso realmente me revolta, mas me revolta de um jeito que me causa fúria e inquietude. Vamos começar: quando você se encontra doente, vai á um pronto socorro, voce é atendido pelo médico, ele te faz perguntas sobre o que você sente, ele te examina e passa o medicamento para que você melhore da tal enfermidade. Muito além disso, mais do que você esperar ser atendido por um médico, é você olhar pra ele e crêr que ele vai tirar sua dor. Naquele momento ele se torna o porto seguro, porque você sabe que ele estudou muito tempo e que por estar ali é capaz de aliviar sua dor. Mas e quando você olha pra um médico, e ve nele um porto seguro, acredita que ele irá tirar sua enfermidade, ao contrário disto ele te causa dor, muita dor, á ponto de tirar sua vida... acho que quando você estiver lendo e imaginando o que descrevi deverá sentir o que sinto agora, não dá pra explicar certas coisas.

E daí você vê como somos descartáveis, completamente descartáveis e sem chance de ser reciclável, digo isso para não dizer que não somos nada. Dúvido que se fosse a esposa dele que chegasse com dores na barriga, ele iria escrever no braço dela o ônibus que ela teria de tomar pra ir à um outro hospital por que aquele estaria cheio. Claro que não, por que a mulher dele JAMAIS iria à um hospital público. Ele examinou a pobre criancinha, ouviu o coraçãozinho bater bem fraquinho, e ele MÉDICO, claro que sabia da situação daquele pobre ser  não tomou nenhuma providência. Hoje se perdeu os valores, se perdeu o respeito, e principalmente os sentimentos, o devido valor que se tem que ter com a vida. Mas eu não digo a vida me referindo á mim e nem á você. Eu falo da vida como um todo, o ar, o sol, as flores, os animais, NÓS, não se respeita mais nada.

O fim nunca esteve proximo. Nós que estamos jogando a corda em seu pescoço e trazendo ele a cada dia que se passa. Hoje você morre por ser assaltado, matam pessoas por estar atrapalhando relacionamentos, você perde a vida por coisas que não se existe valor, e antes mesmo de você respirar a primeira vez o oxigênio, antes mesmo de voce abrir seus pulmões pela primeira vez e dar o primeiro choro, você é esquecido, você não é respeitado, você perdeu completamente o seu valor, é desmoralizado e descartável, jogado fora. É preciso de seres humanos para cuidar de nós! A sociedade, a minha família, eu e você pedimos socorro. O chamarei de  "colecionador de pacientes" e logo imagino ele como um minotauro vestido com um jaleco branco, forte, grande e feio. Nós somos os pacientes fracos, debilitados sem forças, e somos jogados em um grande labirinto onde o minotauro corre atrás de nós e usa toda sua força para nos capturar e a cada paciente que o minotauro pega, ele multila, ele estraçalha com seus dentes e garras afiadas, e nós fracos e debilitados, morremos dentro do silencio, da força que não existe, sem ao menos ter voz para gritar por socorro. Quem seria capaz de um dia nos ouvir?

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